30 janeiro 2021

Eutanásia


Foi ontem aprovada por maioria parlamentar a despenalização da morte medicamente assistida, vulgo Eutanásia, assunto controverso, que tal como a legalização do aborto divide muito as opiniões.
Eu tenho a minha e pensei muito antes de torná-la pública por saber que há quem não aprove e com receio de ferir algumas suscetibilidades, mas é apenas a minha opinião, vale o que vale, e tenho direito a dá-la: Em referendo, eu votaria SIM! 
Diria SIM ao fim do meu sofrimento se estivesse doente e não houvesse mais nada que me pudesse salvar e ao mesmo tempo diria Sim ao fim do sofrimento de quem me ama e estivesse ao meu lado.
Morrer com dignidade é o mínimo que se pode pedir!
Morrer sem dor nem sofrimento, que só iriam protelar uma morte e destruir muitas vezes a saúde física e mental de quem acompanha, não é pedir muito. Muito é pedir para que sofra o doente e que sofram todos os outros enquanto assistem ao definhar de quem amam.
Assisti à morte da minha avó paterna, envolta em dor por ter o seu corpinho débil todo envenenado por um cancro e nunca mais me vou esquecer do momento em que me disse "Filha, porque é preciso de sofrer tanto para morrer!?" - não tive resposta para lhe dar, mas agora tenho: Não é preciso!
Estamos a falar de situações em que não há mais nenhuma saída possível a não ser a própria morte, falamos de doenças incuráveis e causadoras de sofrimento intenso e persistente, que podem ter um fim digno, um fim mais feliz.
Perdoem-me os que não entendam ou não concordem, mas no limite, quase todos a pediríamos!
Fica o registo.

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MsdaMor