Em Março trememos. Um vírus desconhecido entrava na vida de todos e muito provavelmente iria mudá-la para sempre da forma como a conhecíamos.
Quanto a vocês não sei, mas eu gosto de Pessoas (de um modo geral). Talvez não seja de grandes efusividades, de grandes manifestações de carinho, de grandes toques, mas gosto das pessoas e daquilo que cada um nos acrescenta e do que podemos acrescentar a cada um também. Gosto de convívio, de conversas soltas, de outras mais profundas, enfim.. gosto de estar e poder ficar. Isto foi só um "à parte" para contextualizar.
No primeiro confinamento, os mais preciosos valores da vida de cada um sobressaíram. Sentimos a falta dos nossos, dos sorrisos, dos beijos e abraços, dos jantares, dos piqueniques, dos concertos, das saídas noturnas, de um simples cafezinho acompanhado.. muitos de nós sentimo-nos sós. Eu, em casa com as miúdas, senti a falta de estar com adultos e até a falta de outras crianças (sim, falei ao telefone, fiz video chamadas, mas não é a mesma coisa). Senti falta dos mais chegados e de todos os outros. Assisti a enumeras manifestações de apoio geral, de apoios específicos, e participei em algumas delas. Cheguei a pensar que aquele esforço e aquele sacrifício todo só nos poderia tornar melhores pessoas, porque vivíamos um momento de "um por todos e todos por um" como não havia memória.
Vai correr tudo bem! Fiquem em casa! Estamos juntos! - eram palavras de ordem e de união. E agora? Já não temos medo? Já não temos cautela? Já não nos importa o pessoal da saúde a desesperar por não ter mãos e meios a medir? Já não nos preocupamos com os nossos? Já não ficamos em casa? Já não estamos juntos?
Não somos todos iguais, é certo! E ainda bem que assim é. Mas não vos comove o sitio onde estamos a chegar?
Aos Pais que legitimamente se manifestaram contra o encerramento dos ATL's, entendem que aí os vossos filhos não ficam na bolha em que é suposto estarem? Aos ignorantes que se juntaram à porta de um qualquer café, a fumar os seus cigarros e a confraternizar como sempre, não entendem que a emergência neste momento é terem o menor contacto possível com outros? Os desgraçados dos comerciantes debatem-se com problemas bem mais graves. Agora nem ao postigo podem vender! As equipas da Saúde não vão aguentar. Há quem espere consultas e operações que são adiadas por isto. A culpa também é nossa! Isto vai dizimar-nos... quanto mais depressa cumprirmos a nossa parte, mais cedo teremos a nossa liberdade de volta, mais cedo teremos os nossos por perto. Penso que as escolas deveriam fechar, sim! Fechar por 1 mês para que depois reabrisse tudo em maior segurança.
Fiquem em casa! Cuidem-se e cuidem dos outros!
Mas isto é só a minha opinião de hoje... amanhã pode mudar!
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MsdaMor